domingo, 10 de agosto de 2025

SENTIR-SE ABANDONADO É A SOLIDÃO VIVA

 

Sentir-se abandonado é caminhar no vazio,

Um frio que consome, um silêncio sombrio.

É estar rodeado, mas não ser visto,

Um eco perdido no próprio abismo.

 

É gritar para o mundo que não ouve tua dor,

É buscar um abraço onde não há calor.

É ter a alma pesada, mas sem companhia,

Um dia que nunca encontra sua luz, sua alegria.

 

Sentir-se abandonado é ser nau em mar revolto,

Sem porto, sem âncora, sem céu absorto.

É navegar sozinho em águas de solidão,

Carregando no peito um peso sem razão.

 

Os olhos se perdem, buscando um olhar,

As mãos se estendem, querendo tocar.

Mas tudo ao redor é vazio, é mudo,

Uma ausência gritante que preenche tudo.

 

E assim a solidão ganha forma e vida,

Se instala no peito, em ferida sofrida.

É o abandono que cresce, raiz invisível,

Transformando o mundo em algo impassível.

 

Mas há um fio de esperança, ainda que frágil,

Que um dia alguém ouça teu coração ágil.

Pois até na solidão, há espaço para o renascer,

E no abandono, ainda há um querer viver.


Sofrido das Chagas 

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