Minha Angola, terra de contrastes profundos,
Onde o sol beija o chão e aquece mundos.
Tens diamantes e ouro nas tuas entranhas,
Mas o povo chora nas noites estranhas.
És rica de paisagens que cortam o ar,
De rios que dançam até o mar.
Mas nos becos escuros da tua cidade,
A fome sussurra, rouba a dignidade.
Tu és mãe de riqueza, mas de filhos vazios,
De sonhos quebrados e passos tardios.
Teu petróleo brilha nas contas alheias,
Enquanto o pobre cultiva suas ceias.
Minha Angola, rica de culturas milenares,
De ritmos que ecoam por todos os lugares.
Mas a miséria pesa nos ombros cansados,
De quem constrói sem ser lembrado.
Vejo teus campos, férteis e vastos,
Enquanto a fome consome, os dias são gastos.
O que vale o diamante, se a mesa é ausente?
Que glória há na terra que esquece sua gente?
Minha Angola, és rica, mas tão desigual,
Um contraste que corta como punhal.
Mas ainda assim, és meu chão, minha raiz,
E meu sonho é te ver um dia feliz.
Que tua riqueza toque quem te pertence,
Que a justiça brote e o futuro compense.
Minha Angola, terra de esperança e pranto,
Que tua voz se erga e ecoe em encanto.
Sofrido das Chagas
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