quinta-feira, 7 de agosto de 2025

ESSA NÃO É A MINHA ANGOLA

 

Essa não é a minha Angola,

A terra que me prometeu renascer,

Onde o sol beijava as montanhas

E as crianças dançavam ao entardecer.

 

Essa não é a minha Angola,

Das palmeiras que abraçam o vento,

Dos rios que cantam histórias antigas,

E dos sorrisos que escondem sofrimento.

 

Agora vejo ruas de dor e esquecimento,

Sonhos esmagados pela indiferença,

A promessa de um amanhã brilhante,

Desfeita em sombras de desobediência.

 

Essa não é a minha Angola,

Do semba livre que enchia o ar,

Hoje silenciado por um fardo pesado,

Pelo choro que ninguém quer escutar.

 

Onde está o povo que ergueu pontes,

Que cultivou campos com esperança e fé?

Hoje perdido em lutas sem fim,

Esquecendo-se do poder que ainda é.

 

Mas não desisto da minha Angola,

Ainda vejo a chama no horizonte,

Vejo o verde renascer das cinzas,

E a força surgir de cada fonte.

 

Essa Angola, que vive em meus sonhos,

É a que eu quero lutar para resgatar,

Com justiça, amor e liberdade,

É a Angola que nunca vou deixar de amar.


Sofrido das Chagas 

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