Essa não é a minha Angola,
A terra que me prometeu renascer,
Onde o sol beijava as montanhas
E as crianças dançavam ao entardecer.
Essa não é a minha Angola,
Das palmeiras que abraçam o vento,
Dos rios que cantam histórias antigas,
E dos sorrisos que escondem sofrimento.
Agora vejo ruas de dor e esquecimento,
Sonhos esmagados pela indiferença,
A promessa de um amanhã brilhante,
Desfeita em sombras de desobediência.
Essa não é a minha Angola,
Do semba livre que enchia o ar,
Hoje silenciado por um fardo pesado,
Pelo choro que ninguém quer escutar.
Onde está o povo que ergueu pontes,
Que cultivou campos com esperança e fé?
Hoje perdido em lutas sem fim,
Esquecendo-se do poder que ainda é.
Mas não desisto da minha Angola,
Ainda vejo a chama no horizonte,
Vejo o verde renascer das cinzas,
E a força surgir de cada fonte.
Essa Angola, que vive em meus sonhos,
É a que eu quero lutar para resgatar,
Com justiça, amor e liberdade,
É a Angola que nunca vou deixar de amar.
Sofrido das Chagas
Sem comentários:
Enviar um comentário