Renegado, sou a sombra esquecida,
Na tristeza da ausência e do abandono,
Perdido nas margens da vida, reprimida,
Um lamento silencioso, eterno outono.
Busco pelos raios de luz, em vão,
Na esperança de pertencer a algum lugar,
Mas sou relegado à escuridão, sem razão,
Um renegado solitário, destinado a chorar.
Caminho pelos dias em passos desolados,
Carregando o peso da rejeição no peito,
Minh'alma ecoa versos abandonados,
Como uma voz abafada no leito.
Oh, como eu desejava ser acolhido,
Ter meu coração envolto em calor,
Mas sou renegado, em meu próprio sentido,
Uma alma errante, um ser sem valor.
Escrevo este poema como um suspiro triste,
Uma elegia para o amor que me foi negado,
Uma prece silenciosa para que alguém exista,
E me liberte do fardo de ser renegado.
Que estas palavras encontrem corações sensíveis,
E toquem a alma de alguém que entenda,
Que compreenda a dor que se faz incrível,
E traga alívio à minha sina horrenda.
Que este poema seja um clamor de resignação,
Por um lugar onde eu possa pertencer,
Um apelo por redenção, por compaixão,
Para que o renegado possa enfim renascer.
E assim, o renegado se faz poesia,
Uma voz solitária ecoando na escuridão,
Em versos tristes, uma eterna melodia,
Que busca, em meio à dor, encontrar redenção.
Pois mesmo como renegado, carrego a esperança,
De encontrar meu lugar, meu porto seguro,
De emergir das sombras, em uma nova dança,
E deixar para trás o fardo do renegado, impuro.
Sofrido das Chagas
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