De rostos ocultos na sombra da multidão,
De vozes caladas por medo ou omissão.
O mundo transborda de olhares vazios,
De almas que se escondem entre os desvios.
Covardes anónimos, invisíveis no agir,
Preferem o silêncio ao acto de se assumir.
Assistem de longe a história acontecer,
Mas nunca ousam suas marcas tecer.
Gritam baixinho, só quando ninguém ouve,
Apontam os erros, mas nunca se movem.
Críticos do que não conhecem de verdade,
São escultores do caos, sem responsabilidade.
Por trás de suas máscaras, há um vazio denso,
Medo de errar, de sentir o imenso.
Covardes anónimos, que escolhem não lutar,
E deixam o mundo à deriva, sem lugar.
Mas a coragem, ah, essa muda o jogo,
É o fogo que queima, que acende o rogo.
Enquanto os covardes se escondem na inércia,
Os bravos transformam o caos em matéria.
De covardes anónimos, o mundo está cheio,
Mas basta um corajoso para abrir o meio,
Para mostrar que a vida é feita de acção,
E que o medo não é pátria, mas só uma prisão.
Que sejamos faróis em mares escuros,
Que enfrentemos os ventos mais duros.
Pois o mundo precisa de quem ouse viver,
E não de quem só assista o tempo correr.
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