A sanidade finge de insana,
No contentor de lixo ela se abriga,
Em meio aos detritos, à sujeira humana,
Ela caminha, sozinha, perdida.
É estranho pensar que a sanidade,
Muitas vezes se esconde na insanidade,
No caos, no abandono, na obscuridade,
Emerge uma luz, uma realidade.
No contentor de lixo, encontra-se o desespero,
O grito silencioso de quem foi esquecido,
Mas é lá que a sanidade encontra seu cerne verdadeiro,
Na luta diária, no resgate do sentido.
Quem está preso ao que é considerado normal,
Não compreende a liberdade que reside na loucura,
No contentor de lixo, o insano é genial,
A sanidade é apenas uma caricatura.
Pois ali, naquele caos aparente,
A mente se liberta das amarras da razão,
Encontra sua própria linguagem, sua própria semente,
Num mundo onde a normalidade é uma prisão.
No contentor de lixo, a sanidade se reinventa,
E mergulha nas profundezas do submundo,
Descobre que a insanidade é uma ferramenta,
Para enxergar além do que é rotineiro e fecundo.
Portanto, não julgue aqueles que lá habitam,
Pois talvez a sanidade esteja com eles, a sorrir,
No contentor de lixo, onde a alma grita e imita,
A insanidade é a verdade, o seu único existir.
Sofrido das Chagas
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